quinta-feira, fevereiro 15, 2007

8 anos depois, finalmente a conquista da IVG

Uma página histórica foi criada no passado domingo com a vitória do Sim no referendo sobre a IVG.Foi uma luta árdua começada há muitos anos atrás e na qual a Juventude Socialista teve grande preponderância, desde o tempo de Secretário Geral e hoje deputado Europeu Sérgio Sousa Pinto.Infelizmente, foi o terceiro referendo não vinculativo o que nos levanta certas reticências acerca deste Instituto legal e constitucional. Será que ainda vale a pena fazer referendos em Portugal? Será que o Povo se interessa mesmo por decidir certas matérias?Por um lado, vemos que cresceu o número de votantes, também fruto da discussão pública e apaixonada sobre um assunto que bate fundo na consciência de cada um. Por outro lado, muitos ficaram em casa e não quiseram dar o seu contributo civilizacional, deixando para outros a tarefa que é de cada um. O contributo cívico era muito importante.As reticências em relação ao referendo têm mesmo de se levantar, principalmente quanto à questão da vinculação ou não dos resultados não por causa deste resultado, mas acima de tudo por referendos futuros. A Constituição Europeia tem de ser decidida obrigatoriamente por referendo.Quanto a este referendo não vinculativo, acontece apenas o que também aconteceu da última vez. O Parlamento respeita a vontade de quem se deu ao trabalho de ir votar, e legislará em consonância com os resultados.Agora é tempo de refletir e estar atentos a tudo o que se vai passar pois o debate passou do Povo para a Assembleia da República.
Cremos que este é o início de uma luta contra o aborto clandestino que, nunca acabando, sofrerá um grande revés, assim como toda a economia paralela que vivia à custa da clandestinidade e criminalização das mulheres.
Este é também o começo da luta pela dignificação das mulheres e da sua condição de vida, assim como da efectiva implementação, sem tabús, da educação sexual nas escolas, assim como do planeamento familiar e apoio a famílias carenciadas, mães solteiras, ou mulheres grávidas sem recursos.

Este Sim, apesar de muito se querer ter feito passar uma ideia contrária, é um Sim pela vida, e um Não ao aborto clandestino.

No nosso Concelho, como seria de esperar, os resultados foram ao contrário do País. 22.30% votaram sim ederam a pior percentagem do Distrito, e uma das piores a nível nacional, só batida na Madeira e Açores.
Talvez os paivenses não se tenham conseguido abstrair dos discursos inflamados, demagógicos e chantagistas de alguns párocos do Concelho que fizeram, do altar, a maior campanha.

A democracia é isto mesmo, e tem de se respeitar a opção de cada um, e todos juntos, agora tentar que haja um Portugal melhor.

5 comentários:

Anónimo disse...

Diz...
"No nosso Concelho, como seria de esperar, os resultados foram ao contrário do País. 22.30% votaram sim ederam a pior percentagem do Distrito, e uma das piores a nível nacional, só batida na Madeira e Açores."

Pior percentagem do distrito?! Não é pior nem melhor! É apenas uma manifestação de opinião.. Ou agora votar Não é votar MAL!

Tem que se ter cuidado com o que se escreve!

Homem da Nave

Anónimo disse...

Não veio já o ministro afirmar que não haverá qualquer comissão de acompanhamento e inclusivamente nenhum periodo de reflexão obrigatório.

Quer-me parecer q o exemplo alemão apenas serviu num momento muito restricto e circunscrito ao periodo de votação do referendo.

Quer-me parecer também que este post contém algumas falsidades ou então falta de rigor. A tendência do Não manifestou-se fortemente não no nosso concelho mas por toda a região norte do país tirando o distrito do Porto. Aliás tal informação é passível de ser analisada em www.stape.pt aconselho vivamente ao(s) autores deste post a também eles verem esses resultados para que possam fundamentar melhor as suas posições.

Fico curioso e gostaria que esclarecem-se onde e quem do clero no nosso concelho exerceu pressão ou instigou a uma votação no sentido do Não, aliás afirmando isso acho de todo ilicito não detalharem sob pena de qualificarem o todo pela parte.

cmps.

Unknown disse...

Não se disse que votando não se votaria mal, aliás, "A democracia é isto mesmo, e tem de se respeitar a opção de cada um". Há que ler as coisas até ao fim.
O Não ganhou no Norte, sim, mas salientámos as percentagens.
Houve campanha inflamada em, pelo menos, três freguesias: Queiriga, Touro e Pendilhe.

Vitor Sá disse...

É a vitória "do Sim pela vida".
Quer explicar melhor ? É que eu já tentei perceber mas sinceramente não consigo chegar lá.

PTM disse...

Bem... misturar a questão do aborto com a da prostituição e "promiscuidade" da mulher é a meu ver um pouco abusivo mas enfim...
A prostituição já não é crime, naturalmente, e pelas razões que o Miguel dá, porque mandam no seu corpo.Crime é o lenocínio e exploração dessas mesmas mulheres.

Há muito que a JS defende a legalização das chamadas "casas de passe" com controlo médico , sanitário e até fiscal.