terça-feira, novembro 29, 2005

Cada tiro cada melro

Cada número do Jornal "Notícias do Paiva" cada pérola de jornalismo "isento", correcto e realista.
Não querendo aqui fazer defesa do que quer que seja devemos no entanto corrigir alguns "lapsos" cometidos.
Primeiro o título "armadilha política" que só pode ter existido na cabeça iluminada de alguém que deve estar à procura de um título para um qualquer filme de série B.
Que fique bem claro para quem quiser saber, pois também há quem não queira, não houve qualquer armadilha, ou qualquer acordo para a eleição da Assembleia Municipal, aliás, o que poderia haver era a certeza que o Dr. Henrique Morgado seria eleito.
Até fizémos questão de afirmar na Assembleia Municipal que não apresentaríamos qualquer lista e que o Presidente deveria ser escolhido pela lista mais votada.
Claro como água.
Foi assim que aconteceu. (Ahhh, é verdade, a comunicação social já não estava lá quando isto sucedeu.... mesmo assim escrevem-se coisas).
Depois, a confusão que reinou não teve nada a ver com o PS nem com Eng. Diogo, essa não cola, já chega. Não somos culpados da notória falta de preparação que existiu.
Até salientamos os actos de humildade e seriedade do Presidente da Assembleia Municipal quando numa altura se desculpou pela atitude de mandar sair todo o público e também quando reconheceu não saber o que decidir noutro ponto tendo pedido a opinião do anterior Presidente.
Também acrescentamos que, nesse ponto esta Assembleia Municipal foi muito melhor dirigida o que se saúda.
Chega de teses de conspiração.

Outras pérolas aparecem mais à frente, na rubrica "Tribuna Livre" onde pasme-se, um candidato à Câmara comenta os resultados e razões dos mesmos, mas só dos outros.
Quem ler desatentamente até poderá ficar com a ideia que, de facto, o CDS-PP é que foi a única força política a fazer as coisas bem, com seriedade.
Insistiu na tese do medo, represálias e compadrio, mas o que vale é que nos recordamos do que era o Concelho até à 8 anos atrás e do espírito das gentes deste Concelho nessa altura.

Nós, JS pugnamos por um Concelho melhor em toda a sua plenitude e em todos os seus aspectos.
Lutamos por isso no dia a dia, seja aqui, seja na Assembleia Municipal, e por isso dizemos sem problemas que este tipo de "jornalismo" "imparcial" é muito pouco recomendável.
Neste último aspecto não falamos obviamente do artigo de opinião, mas sim de tudo o resto.
Quando não se sabe a verdade tenta-se apurar em vez de conjecturar.

segunda-feira, novembro 28, 2005

Assembleia Municipal

Numa sexta feira sem público realizou-se mais uma Assembleia Municipal animada, com discussão e debate político.
Aprovaram-se algumas coisas, entre as quais a diminuição do IMI em 25%.
Depois procederam-se às mais variadas eleições para representação em alguns órgãos.
Assim:

Na Comissão Municipal para Instalação e Modificação de Estabelecimentos de Comércio a Retalho, Comércio por Grosso, em Livre Serviço - a representante da AM ficou a Sra. Margarida Araújo.

O representante de todas as Juntas de Freguesia na Assembleia Distrital será Amândio Guedes.

As pessoas designadas pela AM para fazerem parte da Comissão Alargada da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em perigo foram Prof José Luis Ferreira e Dr. Paulo Marques.

O Presidente da Junta que irá integrar a Comissão Municipal da Floresta Contra Incêndios do Município de V N de Paiva será Orlando Canseiro.

O Presidente de Junta que representará todas as Juntas de Freguesia do Município no Concelho Cinegético e da Conservação da Fauna Municipal será o prof. Orlando Pereira Gomes.

O Presidente da Junta que representará todas as Juntas de Freguesia no Congresso da Associação Nacional de Municípios Portugueses será o socialista Prof. António Coelho.

Após todas estas eleições, sempre por escrutínio secreto seguiu-se para as propostas de alteração ao Regimento, primeiro sob proposta da Mesa que seria retirada mais tarde, depois com propostas que derivavam da primeira, uma por Carlos Sá, a segunda por Joel.
Apesar de a proposta "vencedora" ter sido a de Carlos Sá, não pôde ser aplicada pois não havia maioria absoluta do número legal.

E foi assim uma Assembleia deveras interessante marcada pela ausência de público e de Comunicação Social.
Esta presta assim um péssimo serviço ao Concelho ao não acompanhar os momentos importantes da vida política do Concelho.
Grave é também o facto de quem não esteve lá escrever sobre a Assembleia pelo ouvir dizer, isto é à partida tendencioso.
Esperemos que em próximas Assembleias já haja público pois só assim se cresce em cidadania.

quinta-feira, novembro 24, 2005

Fim da NATO JÁ

Finalmente se ouviu novamente algo que à muito defendo e que estava um pouco esquecido... o fim da NATO, organização criada num determinado contexto e para um determinado fim. Fim deveria ter sido a palavra em 1989. É uma organização que não tem qualquer sentido em existir e que prolonga artificialmente o Atlântico Norte até ao Afeganistão e ao Iraque. Já sabemos que a geografia de Mr. Bush não é boa, mas também exagera. Confesso que me envergonha ter Portugal associado a esta Instituição, esta longamanus do poder subjugador americano. Qual era mesmo o objectivo do Tratado? Não era defesa? No máximo retaliação? Creio que não falava em ataque, em genocídio.

quarta-feira, novembro 23, 2005

Após terem decorrido as eleições autárquicas vemo-nos de novo a braços com mais uma eleição, esta para eleger o maior Magistrado da Nação – o Presidente da República. Este é eleito por sufrágio universal, directo e secreto dos cidadãos portugueses eleitores recenseados no território nacional, bem como dos cidadãos portugueses residentes no estrangeiro. Só os cidadãos portugueses com mais de 35 anos podem ser eleitos. Há várias formalidades a cumprir para alguém se poder candidatar como é exemplo um número mínimo de 7500 propostas de cidadãos nacionais. As candidaturas devem ser apresentadas até trinta dias antes da data marcada para a eleição, perante o Tribunal Constitucional, ou seja até dia 20 de Dezembro. Quanto à eleição propriamente dita, como bem refere o artigo 126.º da Constituição Portuguesa, “Será eleito Presidente da República o candidato que obtiver mais de metade dos votos validamente expressos, não se considerando como tal os votos em branco”. Assim, só uma maioria absoluta dos votos permite a eleição do Presidente da República. Caso esta maioria não exista na primeira eleição, realizar-se-á um segundo sufrágio dentro dos 21 dias seguintes à primeira eleição e aí, apenas poderão concorrer os dois cidadãos mais votados na eleição anterior. O mandato do Presidente da República é de 5 anos, renovável por mais uma eleição, ou seja, poderá ter, no máximo, 10 anos de mandato consecutivos. E digo consecutivos pois nada impede uma candidatura posterior como é o exemplo de Mário Soares que cumpriu dez anos de mandato e agora, dez anos depois volta a candidatar-se e pode, naturalmente, fazê-lo. O Presidente da República tem várias competências atribuídas pela Constituição, por aí se vê também que tem lógica o que alguns candidatos como Manuel Alegre dizem: “o programa do Presidente da República é o cumprimento da Constituição”, pois é no diploma fundamental que estão as suas competências.

Paulo Marques

quinta-feira, novembro 17, 2005

Que ideia....

«As pessoas que não sabem História ainda pensam que o Estado Novo foi uma ditadura.» (Professor J. Veríssimo Serrão, historiador, membro da Comissão de Honra de Cavaco Silva, em entrevista ao jornal "o Diabo".

segunda-feira, novembro 14, 2005

quarta-feira, novembro 09, 2005

"Muitos jovens como eu não se revêem nos políticos, mas não querem ficar à parte. Esta é uma candidatura de esperança"
Pacman, lançamento da candidatura de Manuel Alegre





Paulo Marques

"Quando Maria de Lurdes Pintasilgo foi primeira-ministra de um governo da iniciativa da Ramalho Eanes, antes de sair do seu posto resolveu aumentar as pensões sociais de certas camadas de pensionistas. Foi um aumento considerável.· Sá Carneiro, na altura a preparar a AD, criticou fortemente esse aumento. A AD ganhou a seguir as eleições e foi para o governo, com Cavaco Silva em ministro das Finanças. Não tardou muito e fez novo aumento dessas pensões, o que fez com que num só ano essas pensões tivessem aumentado cerca de 45%. Começou aqui o descalabro despesista do Estado.· Mas, como o preço do petróleo entretanto tinha subido muito, de 12$/barril, para perto de 40$/barril, e como Sá Carneiro faleceu no acidente de Camarate, e era depois Pinto Balsemão o primeiro ministro, Cavaco Silva, prevendo mau tempo no canal para a economia mundial e portuguesa abandonou o barco da AD e recusou ser ministro do governo de Balsemão. Este ficou amuado e com o tempo se veria que nunca lhe perdoou este abandono do barco em pleno naufrágio A AD, esfrangalhada por lutas intestinas e pela crise económica que levou o país à beira da bancarrota, acaba por perder as eleições em 1983 e dá lugar a um governo de salvação nacional presidido por Mário Soares, com Mota Pinto em vice-primeio ministro. Foi o governo o bloco central.·
Mário Soares teve de recorrer ao FMI para resolver a situação, com a ajuda do seu ministro das Finanças, Hernani Lopes. Em 1985 as contas públicas estavam recuperadas e o caso deu brado nos meios financeiros internacionais. Portugal passou a ser um exemplo de bom aluno do FMI.·
Mas esta recuperação das finanças públicas custou popularidade a Mário Soares e ao PS, que na altura fez outra grande reforma, a do arrendamento, matéria tabú para os governos anteriores. E o PSD, com Cavaco Silva, sobe ao poder.
Iniciava-se na altura a recuperação da economia mundial depois do choque do petróleo de 1980/81, com a descida forte do preço do petróleo. Cavaco Silva, bem informado sobre os ciclos económicos, viu que teria um período de vacas gordas para fazer figuraço, até porque Portugal se preparava para entrar na CEE e iria receber chorudos fundos comunitários.· Cavaco Silva passou então a governar com três Orçamentos, o geral do Estado, o dos fundos comunitários e o das privatizações da banca, seguros, etc.·
Foi um fartar vilanagem, dinheiro a rodos para distribuir pela clientela, incluindo centenas de milhares de funcionários públicos. O despesismo estatal no seu melhor! Fez obras, sim senhor, incluindo o CCB, que era para custar 6 milhões de contos e custou 40 milhões, segundo se disse na época. O rigor cavaquista no seu melhor!·
Anos depois vem a guerra do Golfo, com implicações económicas fortes a nível internacional, e Cavaco Silva, prevendo período de vacas magras e já com ele em andamento, resolveu abandonar o barco e parar de governar e entregou o testemunho ao seu ex-ministro Nogueira. Este perdeu as eleições para Guterres e em 1996 iniciava-se a recuperação da economia mundial. Foi um bom período para Guterres, que continuou o despesismo de Cavaco Silva, já que este último tinha deixado o campo minado por sistemas automáticos de aumento da despesa pública, o MONSTRO cavaquista de que viria a falar Miguel Cadilhe, além de milhares de contratados a recibos verdes no aparelho do Estado, que Guterres teve de integrar nos quadros do Estado para não ter de mandar para a rua gente que há anos não fazia outra coisa senão trabalhar para e dentro do aparelho de Estado Foi este o percurso do despesista Cavaco Silva, o que como ministro das finanças da AD aumentou num ano, pela segunda vez, milhares de pensionistas, e o que, como primeiro ministro, aumentou a despesa pública de tal ordem que os défices públicos da sua governação, se limpos das receitas extraordinárias, subiram tanto (chegou a 9% do PIB) que o actual défice das contas públicas é apenas mais um no oceano despesista inventado por Cavaco Silva nos longínquos tempos da AD e continuado nos tempos em que foi primeiro ministro, depois da recuperação heróica dos tempos de Mário Soares e Hernani Lopes, nos anos 1983-85.·
É neste despesista disfarçado de rigor que devemos votar para PR?

Alexandre Santos

terça-feira, novembro 08, 2005

Isto está complicado

Está a fazer um mês que o PSD ganhou as eleições autárquicas.
Um mês depois Manuel Custódio é Presidente da Câmara e o Dr. Henrique Morgado Presidente da Assembleia Municipal.
Inesperadamente, ou talvez não, um mês depois o actual Presidente da Câmara continuar com grandes dificuldades em criar a sua equipa de trabalho. Quando tudo parecia entrar em alguma relativa normalidade eis que nos chega a informação de que afinal a recém assessora saiu do cargo.
Foi com algum espanto que recebemos esta notícia até porque viamos com alguma naturalidade a sua escolha para o cargo. Afinal o interesse pessoal prevaleceu sobre o serviço público e Manuel Custódio tem mais um problema para resolver.
Já não bastava o facto de o seu n.º 2 apenas ficar a meio tempo o que, como já afirmámos anteriormente, é algo de inaceitável, como agora se vê privado da sua n.º 3.
A equipa que se apresentou a eleições está indubitavelmente a ser desmembrada por opção própria.
Quase seria o caso para falar de uma fraude, de enganar os eleitores. Porquê?
Vejamos, o n.º 2 numa lista é, por norma, estando constituída uma equipa com reais possibilidades de ganhar, sempre eleito. E, sendo eleito numa equipa vencedora é, por norma, sempre vereador a tempo inteiro. É, sem sombra de dúvidas o braço direito do Presidente, e é assim que tem de ser se se quer ter uma equipa coesa.
Pelos vistos o PSD não entendeu assim. Se Manuel Custódio já sabia da opção do seu n.º 2, o que nos parece ser o caso, nunca deveria estar colocado nessa posição.
Depois, em relação à escolha para assessora, nada a obstar, é natural primeiro que escolha uma assessora, visto só ter um vereador a meio tempo, e escolher a sua n.º 3 além de normal é desejável pois pertece à sua equipa mais directa.
Mas agora saiu do cargo, aliás, nem sabemos se chegou a tomar posse...
E agora? O que acontece? vai chamar os restantes elementos da sua lista para a Câmara?

Esta situação, apesar de caricata é triste pois vê-se que, tal como sempre defendemos, não estavam preparados para ganhar, não tinham uma equipa para governar e como se vai ver, a equipa que vai governar pouco tem a ver com aquela em que a maioria das pessoas votaram.