quarta-feira, novembro 09, 2005


"Quando Maria de Lurdes Pintasilgo foi primeira-ministra de um governo da iniciativa da Ramalho Eanes, antes de sair do seu posto resolveu aumentar as pensões sociais de certas camadas de pensionistas. Foi um aumento considerável.· Sá Carneiro, na altura a preparar a AD, criticou fortemente esse aumento. A AD ganhou a seguir as eleições e foi para o governo, com Cavaco Silva em ministro das Finanças. Não tardou muito e fez novo aumento dessas pensões, o que fez com que num só ano essas pensões tivessem aumentado cerca de 45%. Começou aqui o descalabro despesista do Estado.· Mas, como o preço do petróleo entretanto tinha subido muito, de 12$/barril, para perto de 40$/barril, e como Sá Carneiro faleceu no acidente de Camarate, e era depois Pinto Balsemão o primeiro ministro, Cavaco Silva, prevendo mau tempo no canal para a economia mundial e portuguesa abandonou o barco da AD e recusou ser ministro do governo de Balsemão. Este ficou amuado e com o tempo se veria que nunca lhe perdoou este abandono do barco em pleno naufrágio A AD, esfrangalhada por lutas intestinas e pela crise económica que levou o país à beira da bancarrota, acaba por perder as eleições em 1983 e dá lugar a um governo de salvação nacional presidido por Mário Soares, com Mota Pinto em vice-primeio ministro. Foi o governo o bloco central.·
Mário Soares teve de recorrer ao FMI para resolver a situação, com a ajuda do seu ministro das Finanças, Hernani Lopes. Em 1985 as contas públicas estavam recuperadas e o caso deu brado nos meios financeiros internacionais. Portugal passou a ser um exemplo de bom aluno do FMI.·
Mas esta recuperação das finanças públicas custou popularidade a Mário Soares e ao PS, que na altura fez outra grande reforma, a do arrendamento, matéria tabú para os governos anteriores. E o PSD, com Cavaco Silva, sobe ao poder.
Iniciava-se na altura a recuperação da economia mundial depois do choque do petróleo de 1980/81, com a descida forte do preço do petróleo. Cavaco Silva, bem informado sobre os ciclos económicos, viu que teria um período de vacas gordas para fazer figuraço, até porque Portugal se preparava para entrar na CEE e iria receber chorudos fundos comunitários.· Cavaco Silva passou então a governar com três Orçamentos, o geral do Estado, o dos fundos comunitários e o das privatizações da banca, seguros, etc.·
Foi um fartar vilanagem, dinheiro a rodos para distribuir pela clientela, incluindo centenas de milhares de funcionários públicos. O despesismo estatal no seu melhor! Fez obras, sim senhor, incluindo o CCB, que era para custar 6 milhões de contos e custou 40 milhões, segundo se disse na época. O rigor cavaquista no seu melhor!·
Anos depois vem a guerra do Golfo, com implicações económicas fortes a nível internacional, e Cavaco Silva, prevendo período de vacas magras e já com ele em andamento, resolveu abandonar o barco e parar de governar e entregou o testemunho ao seu ex-ministro Nogueira. Este perdeu as eleições para Guterres e em 1996 iniciava-se a recuperação da economia mundial. Foi um bom período para Guterres, que continuou o despesismo de Cavaco Silva, já que este último tinha deixado o campo minado por sistemas automáticos de aumento da despesa pública, o MONSTRO cavaquista de que viria a falar Miguel Cadilhe, além de milhares de contratados a recibos verdes no aparelho do Estado, que Guterres teve de integrar nos quadros do Estado para não ter de mandar para a rua gente que há anos não fazia outra coisa senão trabalhar para e dentro do aparelho de Estado Foi este o percurso do despesista Cavaco Silva, o que como ministro das finanças da AD aumentou num ano, pela segunda vez, milhares de pensionistas, e o que, como primeiro ministro, aumentou a despesa pública de tal ordem que os défices públicos da sua governação, se limpos das receitas extraordinárias, subiram tanto (chegou a 9% do PIB) que o actual défice das contas públicas é apenas mais um no oceano despesista inventado por Cavaco Silva nos longínquos tempos da AD e continuado nos tempos em que foi primeiro ministro, depois da recuperação heróica dos tempos de Mário Soares e Hernani Lopes, nos anos 1983-85.·
É neste despesista disfarçado de rigor que devemos votar para PR?

Alexandre Santos

4 comentários:

Anónimo disse...

Este comentário e por demais questionável e por diversas falsidades nele relatadas.

No entanto e dada a imagem de D. SEBASTIÃO do candidato Soares deixo aqui um artigo de um jornal para vossa análise e reflexão:

LER AQUI

E AGORA PERGUNTO ONDE FICAM CARACTERISTICAS FUNDAMENTAIS DE UM CANDIDATO A PR COMO SÃO:

-Capacidade e compromisso de acatar e respeitar a Constituição da República;
-Garantia de actuação caracterizada pela isenção e independência;

FICAM RENEGADAS E SUJEITAS AO CLIENTALISMO POLITICO?

Anónimo disse...

Faltou dizer que o Dr. Mário Soares deixou o país na banca rota, não fosse o FMI a vir em nosso auxilio e a esta hora falavamos castelhano(...)

Miguel Magalhães

PTM disse...

Sr. Magalhães.... quando o Dr. Soares entrou para o Governo é que o país estava na banca rota, e foi ele, sim foi ele que negociou com o FMI, num gesto impopular mas que salvou o PAís.
Há que repôr a verdade histórica pois pelos vistos concorda que foi bom ter vindo o FMI em nosso auxílio, logo agradeça ao Mário Soares por não falarmos castelhano.

Anónimo disse...

Sr. Paulo Marques,

Diga-me já agora, quem foi governo nas primeiras eleições democráticas que se realizaram em Portugal... e quem negociou os acordos de Alvor(15.01.75 no Algarve, Almeida Santos, marioneta de Mário Soares e companhia)...quem abandonou os portugueses em África...(Almeida Santos, marioneta de Mário Soares e companhia)...
Mario Soares, com a idade que tem já deveria ter idade para ter juízo(...)

Miguel Magalhães