terça-feira, julho 18, 2006

Os exames nacionais do 12º ano são uma etapa determinante e decisiva do percurso dos jovens do ensino secundário, por duas razões. A primeira porque são decisivos para os jovens acabarem o ensino secundário, a segunda porque são determinantes para as ambições dos jovens que pretendem ingressar no ensino superior.

A competitividade para entrar no ensino superior, nos cursos ambicionados e desejados é cada vez maior, e tendo os exames nacionais o peso que têm para este propósito é injusto e um erro dar-se a oportunidade de se repetirem os exames de Física e de Química. É injusto porque as regras que são conhecidas à partida são alteradas, com consequências para os jovens que tiveram efectivamente boas notas neste exame e que por uma qualquer razão no próximo exame podem tirar notas inferiores aos seus colegas, ficando assim prejudicados nas candidaturas ao ensino superior. É um erro porque se abre um precedente que irá ser lembrado e evocado no futuro.

Mas este precedente levanta já questões agora, os jovens que não são da área de ciências perguntam-se, e legitimamente, o porquê de não poderem repetir também os seus exames, o porquê de não terem oportunidade de melhorar as suas notas naqueles exames que também para eles foram difíceis, que também a eles lhe trouxeram surpresas e consequências menos agradáveis.

Por ser uma etapa tão importante e tão decisiva na vida dos jovens estudantes, as decisões e as suas consequências deviam ser mais ponderadas, deviam ser pautadas pela igualdade de oportunidades, pela justiça e pelo cumprimento das regras pré estabelecidas.

É por todas estas razões, por sermos uma organização de juventude, e porque acima de tudo defendemos a igualdade e a justiça, que não podíamos deixar de estar solidários com estes jovens.

Francisco Dias

3 comentários:

Vitor Sá disse...

Bom dia:
Desde há uns tempos a este parte, ao ouvir comentadores na televisão e jornalistas em geral, todos eles têm elogiado e muito a ministra da Educação. A minha opinião é que a comunicação social só pode no mínimo estar comprada, pq apesar desta ministra já ter tomada algumas medidas de coragem e acredito que acertadas, tem cometido erros atrás de erros que pura e simplesmente são ignorados pela comunicação social. Só queria citar dois pontos, os exames nacionais e o concurso de professores.

Nos exames nacionais o que é descrito, a meu ver é gravíssimo e injusto. Mas o que eu quero falar é ainda mais grave, pois foi uma situação que denota no minimo algum amadorismo, e que é intolerável para profissionais que são pagos, e bem pagos para fazer exames nacionais e para que estes funcionem bem. A situação de que falo foi a seguinte: a prova de português tinha uma pergunta que dizia qualquer coisa do género como: "Escreva uma carta ao Ministério da Educação para sugerir melhorias no ensino português". Aparentemente até me parece uma pergunta bem normal e até bem escolhida uma vez que se iria dar voz aos principais interessados no processo. A questão está em que como nos ensinam na escola primário, uma carta começa com a localidade, com a data e termina com a assinatura do remetente. Como é óbvio um exame nacional não pode ter pontos de identificação, como são a localidade e o nome. Qual foi a solução da ministra. Depois dos alunos entregarem as provas e estas já estarem prontas em envelopes para serem corrigidas, mandou-os abrir e colocar CORRECTOR em cima dos dados da composição que identificavam alunos. Corrector, meus amigos !!!!??? Nas regras dos exames nacionais está claro e explícito que é proibido utilizar corrector. Não sei, mas esta história para mim é rercambolesca e não ouvi uma única palavras na televisão para a sucessão de factos que acabei de relatar. Porque será ?


Mas acho que injustiça é uma palavra muito querida para esta ministra, senão vejamos o que aconteceu no concurso de professores: por erro vagas em escolas não foram a concurso, concurso este que significava vinculação e escola daqui para a frente. Ora, estas vagas não indo a concurso, vão ser atribuidas a professores que estão no chamado Mini-concurso, e que como é óbvio estão atrás de outros. Podem agora dizer que os que estavam à frente na lista, continuam lá, a questão é que mesmio que isso aconteça eles ficam com o lugar este ano, ou na melhor das hipóteses nos próximos 3. E Depois ?

Sem mais comentários....

PTM disse...

E as discriminações entre alunos de diferentes agrupamentos vê-se também nas datas escolhidas. É inadmissível que por teres escolhido ciências tenhas mais tempo de intervalo entre exames do que os outros.
Isto é também desigualdade de oportunidades.

Viperina disse...

Infelizmente não só na educação mas em muitas outras áreas certos "senhores" obrigam-nos ou pelos menos tentam a conviver com regimes de excepção.

Regimes esses que a maior parte das vezes tenta aflorar/esconder sistemas, pessoas, politicas, medidas medíocres com resultados medíocres.

cmps